E a mochila era
carregada sem nenhuma responsabilidade. pasta de dente. escova. lancheira. giz.
caderno. Fadas existiam, nuvens eram feitas de algodão, números só apareciam no
controle da televisão, minha maior preocupação era fazer minha mãe colocar primeiro
o toddy no copo e depois o leite, porque o gosto era diferente se o leite fosse
colocado primeiro que o toddy.
Eu só esperava que as baleias do mundo inteiro
tivessem a cor rosa.
Naquele tempo eu comia bala e escrevia na embalagem um
sincero recado para o dono do meu coração que graças a admiração, não era o
mais bonito da turma, mas eu sempre achei que os defeitos das pessoas é que as
tornam diferente das outras.
Olhares perdidos no mesmo sentido, sorriso tímido
de lado era o que me contentava. A realização maior era ter mãos coladas até
suar no recreio, e alguns beijinhos delicados na bochecha.
Depois dessa fase meu
senhor, parece que o afeto do mundo inteiro decola no maior horizonte do céu e
simplesmente desaparece, mas eu nasci com esperança de borboleta e asas de
gaivota, sou capaz de voar até ver nascer braços dispostos a abraça las sem
nunca mais querer soltar.
Acredito que a torrada precisa da manteiga, o anel
precisa do dedo, a criança precisa da sopa, a árvore precisa do sol, o sorvete
da casquinha, e o meu coração só precisa de aventura.
Me refiro ao sentimento
instantâneo que é capaz de esquentar algum gelo e da mesma forma que sabe nos
machucar encontra cedo ou tarde a maneira de nos alegrar.
E eu vou achar, estou
capturando as melhores flores na minha rede mas somente a que for resistente
ao vento, vai ser plantada no meu jardim.
Dizem que só vai existir grama nele
porque não existe pétalas resistentes ao ponto do meu bem querer, mas os conselhos
que não me agradam, simplesmente os guardo dentro de um pote na espera de quem
sabe um dia, talvez se jogar um pouco de lantejoula eles vão fazer algum
sentido.
Enquanto você se distraia na leitura, encontrei a palavra que tanto
procuro , e ela é tão curta, tão forte, tão sincera, tão comovente, só carrega consigo
quatro letras, meu caro é dele mesmo que estou falando, do amor.
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quinta-feira, 16 de outubro de 2014
2 comentários:
- Joana Masen disse...
-
Rafa, que texto lindo, adorei! Delicado e cheio de sensações, com um toque de Clarice Lispector encantador. Continue escrevendo sempre.
- 16 de outubro de 2014 às 19:48
- Rafaela Peres disse...
-
Uma escritora me tocando com elogios, e usando casualmente as melhores palavras, me deixando sem nenhuma. Que fofa, sinceramente?Um obrigada profundo pra você. E que não falte sucesso para a gente.
- 16 de outubro de 2014 às 21:57
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