Transformo a dor em pitangas de conforto.
Coloco vida nos sentimentos esquecidos.
Faço do caminho estreito uma estrada macia com pérolas brilhantes espalhadas.
Flutuo entre os continentes sem ao menos sair do lugar.
Mastigo desgosto e cuspo bondade.
Bato asas em uma constante altura usando apenas a literatura.
Faço o alfabeto interessante através das minhas palavras esdrúxulas e leves.
O que é pequeno enxergo recheado, e o grande simplesmente, vazio.
Em minha cartola retiro jujubas falantes e escritoras.
-Você é mágico ?
-Não, sou um poeta.
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